quarta-feira, 14 de abril de 2010

Em resposta a um stress a célula responde: SE ADAPTA OU MORRE

Atrofia:

A atrofia é uma forma de resposta adaptativa da célula a novas condições impostas pelo organismo. Ela consiste na redução do tamanho celular resultante da perda de proteínas e outros materiais celulares (assim como de organelas), a redução das células se reflete também na redução do tecido ou órgão afetado. A função da atrofia é reduzir a demanda energética da célula, isto é particularmente útil em casos de isquemia ou privação de nutrientes por exemplo. As alterações atróficas podem causar lesão e morte celular, assim como podem também ativar o programa de suicídio celular (apoptose), contudo, é importante ressaltar que uma célula atrófica não está morta, apesar de ter funcionalidade reduzida. Este é um fenômeno que pode ocorrer de forma fisiológica — como ocorre durante o desenvolvimento embrionário, no qual algumas estruturas sofrem involução — ou de forma patológica — causada por exemplo por uma lesão em determinado nervo motor, o que levará à atrofia do músculo invervado por ele.

Mecanismos Celulares de Atrofia

A atrofia nas células é mediada pelos sistemas proteolíticos: hidrolases lisossômicas e principalmente a via da ubiquitina e proteossoma, no qual as proteínas a serem degradadas são conjugadas à ubiquitina e levadas ao complexo preteossoma, onde são lisadas. A ubiquitinação é ativada por hormônios como os glicocorticóides e o hormônio tireoidiano (T3 e T4), e tembém pelo fator de necrose tumoral (TGF) A formação de vacúolos autofágicos é um fenômeno inerente à atrofia, sendo conseqüência da digestão de organela pelos lisossômos. O conhecimento deste fenômeno é importante pois dele podem surgir patologias de acúmulo intralisossomal de materiais resistentes à digestão, como por exemplo o acúmulo de grânulos de lipofuscina (pigmento originário do metabolismo de fosfolipídio).

Causas patológicas de atrofia

Atrofia por desuso

Este tipo de atrofia acomete principalmente ossos e músculos, e decorre de sua pouca utilização ou total inutilização. Astronautas que passam muito tempo no espaço (ambiente de baixa gravidade) desenvolvem aumento da absorção óssea, visto que os ossos estão sendo privados de esforços cotidianos como os da caminhada. Quando há uma lesão suficientemente grande em um nervo motor levando a paralisia, os músculos inervados por esta estrutura ficam imobilizados e sofrem atrofia. Iniciamente há perda de miofibrilas e de material celular, e em estágios mais avançados há redução da população de células musculares. O mesmo ocorre na imobilização de membros fraturados, quando a imobilização é muito longa é necessário um trabalho de fisioterapia para recuperação dos músculos e ossos afetados.

Atrofia por Isquemia ou Privação de Nutrientes

Quando há oclusão parcial de uma artéria, os tecidos irrigados por ela sofrem atrofia. De maneira semelhante, uma alimentação pobre em nutrientes básicos (lipídios, carboidratos e proteínas) é responsável pelo consumo de componentes estruturais da célula para a geração de energia.

Atrofia pelo Corte de Estímulos Endócrinos

Algumas estruturas do organismo têm seu funcionamento regulado por hormônios, como é o caso das glândulas endócrinas reguladas pela hipófise. Caso os níveis séricos desses hormônios caiam, as glândulas terão sua demanda funcional reduzida, e conseqüentemente sofrerão atrofia.

Atrofia por Compressão

Tecidos comprimidos mecanicamente desenvolvem atrofia. Provavelmente isto seja resultado do fenômeno isquêmico resultante da compressão.

bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Atrofia


Hipertrofia:

Hipertrofia é o aumento quantitativo dos constituintes e das funções celulares, o que provoca aumento das células e órgãos afetados. Para ocorrer hipertrofia, deve-se atender algumas exigências: primeiro o fornecimento de O2 e de nutrientes deve ser maior para suprir o aumento das exigências celulares. Alem disso as células devem ter suas organelas e sistemas enzimáticos íntegros, por isso células lesadas não podem se hipertrofiar. Órgãos e tecidos cuja atividade depende da estimulação nervosa só podem hipertrofiar se a inervação estiver preservada. A hipertrofia é sempre uma forma de adaptação das células e dos órgãos frente a maior exigência de trabalho, podendo ser fisiológica ou patológica. A hipertrofia fisiológica ocorre em certos órgãos e em determinadas fases da vida como fenômenos programados, como a musculatura uterina durante a gravidez. As hipertrofias patológicas aparecem em consequência de estímulos variados. Como exemplos a hipertrofia do miocárdio, quando há sobrecarga do coração por aumento da pressão ou do volume do sangue, a parede cardíaca sofre hipertrofia. A hipertrofia também pode ocorrer por causa de estímulos hormonais sobre determinado tecido (como na hipertrofia endometrial durante a fase estrogênica do ciclo menstrual). Geralmente a Hipertrofia ocorre simultaneamente à hiperplasia , o que é raro em mamíferos pois exige-se que a condição seja muito extrema , exceto em tecidos cujas células não se multiplicam (isto é, em tecidos nos quais as células estão em estado G0 no ciclo celular). A capacidade de hipertrofiar é diferente de acordo com o tipo celular. Para cada célula a uma dose critica acima da qual o estimulo para hipertrofia deixa de provocar uma reação adaptativa para produzir processos regressivos. Em alguns casos o estimulo que leva a hipertrofia provoca também aumento do material genético, podendo haver poliploidia ou multiplicação celular. A hipertrofia é um processo reversível, cessado o estimulo, a célula volta ao aspecto normal. Assim, após o parto o útero readquire suas dimensões normais. Porem se o estimulo persistir ou aumentar alem da capacidade adaptativa, pode ocorrer dois eventos: multiplicação celular (hiperplasia) se a celular tem capacidade reprodutiva, e degenerações variadas e até morte celular.

Muscular

A hipertrofia da musculatura esquelética nos atletas ou indivíduos que trabalham em atividades que exigem grande esforço físico. Em algumas dessas condições, a hipertrofia muscular tende a ser generalizada, inclusive no coração, que tem de se adaptar as maiores exigências metabólicas. Tecidos e órgãos hipertróficos tornam-se aumentados de volume e de peso por causa do aumento volumétrico das células. A arquitetura básica do órgão se mantém inalterada, mas aumenta o fluxo de sangue e de linfa.

Mecanismos Desencadeadores de Hipertrofia

Estudos sobre a hipertrofia cardíaca relacionada ao aumento crônico da carga hemodinâmica resultaram na elucidação de alguns sinais responsáveis por desencadear os efeitos hipertróficos, são eles:
  • Estiramento mecânico
  • Fatores de Crescimento: TNF-β
  • fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1)
  • Agentes vasoativos: Angiotensina II
  • Agonistas α-adrenérgicos (noradrenalina, adrenalina)

Todos eles atuam na célula do miocárdio estimulando a expressão de vários genes e a síntese de novas proteínas, causando a hipertrofia.

Bibliografia: Bogliolo Patologia, Geraldo Brasileiro Filho, Editora Guanabara Koogan, 7ª Edição

Hiperplasia

O termo hiperplasia é usado quando se quer mencionar o aumento do número de células num órgão ou num tecido. A hiperplasia ocorre se a população celular for capaz de sintetizar DNA permitindo, assim, que ocorra a mitose. Devido ao envelhecimento as células vão perdendo a capacidade de sofrer mitose pois não podem mais duplicar seu DNA devido a falta de telômeros dentro do núcleo celular, pois essa substancia vai se perdendo a medida que a cèlula se multiplica durante toda a vida, por este motivo as pessoas idosas não possuem um corpo atlético, pois suas células já estão envelhecidas.

Hiperplasia Fisiológica

É a hiperplasia mediada por níveis hormonais. Ex: Mama e útero na gravidez e na puberdade e aumento do endométrio após menstruação.
Ocorre um aumento na capacidade funcional de um tecido quando é necessário. Ex: Proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e durante a gravidez.

Displasia

Proliferação celular excessiva,acompanhada de ausência ou escassez de diferenciação.Precedido por uma irritação ou inflamação crônica, o processo displamático pode regredir se retirada a causa irritante.Constitui uma forma reduzida de anaplasia.

A displasia mamária é uma alteração funcional e extremamente comum da mama feminina. A displasia se caracteriza por uma exacerbação da retenção de líquido da mama e pelo aumento da quantidade do tecido de sustentação. Isso torna as mamas mais sensíveis e cheias de pequenos nódulos endurecidos e dolorosos, especialmente na fase pré-menstrual.


Displasia De Colo De Útero

A parte do colo uterino visível na vagina é a ectocérvix, e é revestida por epitélio plano estratificado não cornificado, tendo cor esbranquiçada.
A endocérvix vai do orifício cervical externo ao interno (região do istmo ou transição para a cavidade endometrial), apresentando glândulas mucosas que se abrem no canal endocervical. Tanto as glândulas como o epitélio do canal são do tipo cilíndrico simples mucoso.

A Displasia é uma anomalia do desenvolvimento celular neste local, que pode ser precursora de tumores do colo uterino, classificada em graus de intensidade. O carcinoma de colo uterino é a segunda neoplasia mais freqüente dos cânceres genitais femininos em nosso meio. Portanto, o carcinoma de colo uterino pode ser prevenido com segurança, através de uma efetiva e barata técnica de triagem, que permite detectar tanto condições pré-neoplásicas, que podem ser tratadas efetivamente.

A citologia cervical, através do método Papanicolau, constitui o teste de triagem mais efetivo para o carcinoma. O processo pelo qual as células se transformam de displasia leve, severa, câncer in situ para câncer invasor levam anos, conseqüentemente, há um tempo útil para o diagnóstico precoce e cura de uma vasta maioria de mulheres com a doença.

Estudos recentes mostram ainda que o vírus do papiloma humano (HPV) e o Herpesvírus Tipo II (HSV) desempenham um importante papel no desenvolvimento da displasia das células cervicais e na sua transformação em células cancerosas. O vírus do papiloma humano (HPV) está presente em 95% dos casos de câncer do colo do útero.

Assim, as Displasias são lesões caracterizadas por distúrbios da arquitetura e da morfologia celular ao nível do epitélio da parte externa do colo, como sejam : leucoplasia, mosaico, displasia regular, irregular etc. O seu diagnóstico eventualmente indicará a necessidade de realização de exames como colposcopia, citologia oncótica e biópsia (retirada de um pequeno fragmento da lesão) para confirmar a displasia e sua natureza. A cura de uma cervicite crônica ou de uma displasia é a melhor profilaxia do cancer de colo.

1) III Displasia leve; NIC I, SIL de baixo, Grau (LSIL)Geralmente a conduta é expectante, com eventual cauterização ou retirada da lesão, com controle citológico a cada 3 a 6 meses.

2) III Displasia Moderada; NIC II; SIL de alto; Grau (HSIL)Na dependência de constituição definitiva de prole, a conduta poderá ser a retirada de parte do colo em cirurgia denominada de Conização com biópsia ou então, a realização da cauterização com colposcopia ou conização por CAF, com controle citológico a cada 3 a 6 meses.

3) III Displasia acentuada; NIC III; SIL de alto grau; Grau (HSIL)Realização da Conização com biópsia ou cauterização profunda ou conização por CAF, com controle citológico a cada 3 ou 6 meses; na dependência de cada caso, principalmente com relação à biópsia, a conduta poderá ter variáveis.

Bibliografia:http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/2827

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